sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

A Fábula do Beija-Flor

Conforme comentei no post anterior, disse que publicaria também “A fábula do beija-flor”. A exemplo da anterior, esta é mais uma história bem curta porém de grande profundidade.

Era uma vez um incêndio na Floresta. Todos os animais fugiam desesperados. Um beija-flor fazia um caminho diferente. Ele pegava com o bico gota por gota da água de um lago e jogava sobre o fogo. Um tatu, ao ver aquele cena, perguntou intrigado:
- Beija-flor, você acha mesmo que pode apagar um incêndio?
- Tenho certeza que não – respondeu o pequeno pássaro – mas eu faço a minha parte.


Certamente, todos nós temos um “tatu” e um “beija-flor” internamente. A diferença entre uns e outros é a qual deles damos ouvidos, qual deles priorizamos. Será que, na maioria das vezes, somos como o tatu que deixa de fazer sua parte e age em benefício próprio? Ou também somos como o beija-flor, que mesmo consciente de sua incapacidade para resolver todo o problema se dispõe a fazer o que lhe é possível em benefício da coletividade?

Que o beija-flor que habita o interior de cada um de nós possa nos inspirar a continuar lutando mesmo quando a batalha pareça perdida, a continuar esperando mesmo contra toda esperança e a continuar acreditando que, mesmo que seja de gota em gota, estamos contribuindo para apagar o incêndio. Certamente o conjunto de pequenas ações serão fundamentais para as grandes mudanças. E como cantou o grande mestre Raul Seixas: "Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez!"

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Nada de nada

Recentemente li uma história que me pareceu estar relacionada com as idéias e os temas divulgados aqui no Olhar Mutante. Trata-se de um pequeníssimo conto chamado “Nada de nada”, cuja autoria é de Kurt Kauter.

- Sabes me dizer quanto pesa um floco de neve? – perguntou um pardal a uma pomba.
- Nada de nada – foi a resposta.
- Nesse caso, vou lhe contar uma história maravilhosa. – continuou o pardal.
– Eu estava sentado no ramo de um pinheiro quando começou a nevar. Não era nevasca pesada ou furiosa. Nevava como em um sonho: sem ruído nem violência. Já que não tinha nada melhor a fazer, pus-me a contar os flocos de neve que se acumulavam nos galhos e agulhas do meu ramo. Contei exatamente 3.741.952. Quando o floco número 3.741.953 pousou sobre o ramo, nada de nada como você diz, o ramo se quebrou.
Dito isso, o pardal partiu em vôo.
A pomba, uma autoridade no assunto desde Noé, pensou um pouco na história e finalmente refletiu:
- Talvez esteja faltando uma única voz para trazer paz ao mundo.


O texto acima traz uma profunda lição para todos aqueles que se dispõem a refletir sobre este tema e, melhor ainda, que se dispõem a ser voz ativa em busca da paz.

Cada um de nós é responsável pela paz, e se cada um fizer sua parte é possível mudar o mundo. Para aqueles que ainda não se convenceram disso, futuramente publicarei mais duas outras histórias (“A fábula do beija-flor” e “O Centésimo Macaco”), que juntamente com esta acima pode nos guiar para uma reflexão sobre o nosso papel enquanto “seres humanos condenados a amar”.

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Inspiração poética

Abaixo, um trecho do poema "O homem e as viagens", de Carlos Drummond de Andrade.

O homem, bicho da terra tão pequeno,
chateia-se na Terra,
lugar de muita miséria e pouca diversão.
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo,
toca para a Lua,
desce cauteloso na Lua,
Pisa na Lua,
Planta bandeirola na Lua,
Experimenta a Lua,
Coloniza a Lua,
Civiliza a Lua,
Humaniza a Lua.
Lua humanizada... tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte - ordena às suas máquinas...
(...)
Restam outros sistemas fora do Solar a colonizar,
Ao acabarem todos
Só resta ao Homem
(estará equipado)
A dificílima, dangerosíssima viagem
de si a si mesmo,
pôr o pé no chão,
do seu coração,
experimentar,
colonizar,
civilizar,
humanizar
o homem,
descobrindo em sua própria inexplorada entranha
a perene, insuspeitável alegria
de com-viver.

A cada ser humano é dado o momento de iniciar a jornada para a própria alma, a expedição para dentro de si mesmo.

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

Sobre os links

Resolvi registrar sucintamente os motivos e critérios através dos quais escolhi alguns sites para figurar na seção Links deste blog.

A
UNIPAZ Campinas aí está por ser o local onde encontro-me com seres humanos fantásticos e por ser um espaço de profundos diálogos transdisciplinares sobre Ciência, Filosofia, Arte e Religião, através de diversos seminários. É importante ressaltar que foi a partir das reflexões desses conteúdos que a Inspiração levou-me a vislumbrar e enfim criar este espaço de divulgação. Portanto, esta referência e sentimento de gratidão à UNIPAZ não poderiam faltar. "Aloha".

Pierre Weil, reitor da UNIPAZ e grande divulgador da cultura e educação para paz. Em seu
site estão disponíveis inúmeros trabalhos a respeito deste importante tema. Não deixe de conferir.

Quando criei este espaço, ainda não conhecia o portal
IVE - Imagens e Vozes de Esperança. Recentemente, visitando alguns sites e fazendo pesquisas, deparei-me com esta grata surpresa - "coincidência", ou sincronicidade, como preferir. Uma leitura superficial a respeito dos objetivos e princípios do portal IVE revelou-me que há muita coisa em comum com este blog, cujas idéias e motivações já postei aqui sob o título "Por um novo olhar". Visite o portal IVE!

Caso você tenha sugestões de outros sites cujos temas e objetivos estejam em sintonia com o Olhar Mutante, por favor envie seu valioso comentário! Aos poucos a lista crescerá, pois certamente já são muitos os que fazem uso da Grande Rede em prol da Grande Mãe Terra.

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

O preço da paz

O capitalismo e seus produtos certamente promoveram (e promovem) muitas maravilhas a fim de proporcionar conforto, das quais somos testemunhas – embora nem todos possam desfrutá-las. Entretanto, esse “desenvolvimento” legou-nos também seus sombrios subprodutos: violência, pobreza, insegurança e terror.

Dentro desse contexto, parece-me ser bastante emblemática uma matéria publicada recentemente pela INFO Online, onde se revela que um magnata da Internet estaria disposto a doar US$ 1 bilhão se o Estado Palestino e Israel alcançarem um acordo de paz. Explico-me.

Mesmo em um caso único e particular como este, tal notícia nos traz indícios de que nós os seres humanos começamos a mudar nossa consciência, dispondo-nos a abrir mão de dinheiro em troca de paz. Começamos a perceber que há algo mais importante que simplesmente acumular bens materiais.


Mas, infelizmente, creio que este esforço não será suficiente para que se inicie a paz no Oriente Médio e no mundo. Como afirma o preâmbulo do Ato Constitutivo da UNESCO:

“Since wars begin in the minds of men, it is in the minds of men that the defences of peace must be constructed”.

“Uma vez que a guerra inicia na mente dos homens, deve ser nas mentes dos homens que as defesas da paz devem ser construídas”. (Tradução livre)


Portanto, não podemos assumir a paz como um fenômeno externo ao ser humano, como uma mera ausência de violência. Esta visão reducionista faria com que abordássemos apenas uma parcela do problema, que seria a resolução – provisória – do conflito, tal como desarmamentos e documentos para garantir um tênue acordo de paz.

De acordo com a visão mais ampla da UNESCO, a paz deve ser construída a partir de um estado de felicidade interior (ecologia interior), harmonia social (ecologia social) e relação sustentável com o meio ambiente (ecologia planetária).

Assim, a construção da paz exige a emergência de novos valores humanos e também uma nova educação transdisciplinar e integradora, capaz de promover a necessária mudança de paradigma. O esforço será imenso, mas talvez seja o único meio de coexistirmos junto com a Grande Mãe Terra. E certamente muitas consciências humanas já estão se movendo neste sentido.

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Por um novo olhar

Atualmente, muitas pessoas consideram a mídia de massa uma fonte de más notícias. Conheço pessoas que até mesmo deixaram de ler jornais ou assistir televisão como uma forma de evitar a freqüente veiculação de catástrofes e tragédias.

Também eu observo que os meios de comunicação em geral publicam excessivamente más notícias, pois infelizmente este é o tipo de notícia que “vende”. Talvez seja uma questão de paradigma da imprensa, juntamente com a banalização de aspectos negativos (mortes, tragédias, corrupção, etc.) por parte do grande público, constantemente exposto a tais produtos da mídia.

Porém, esta não é a única possibilidade. Existe também a trilha cujo objetivo é a valorização da Cultura de Paz, promovendo a não-violência, a tolerância, o respeito, a cooperação e a solidariedade. Imbuídos deste espírito, instituições e iniciativas diversas ao redor do planeta buscam difundir estes valores que contribuem para a paz entre os seres humanos.

Consoante a estes movimentos positivos, este espaço pretende ser uma alternativa aos veículos midiáticos estabelecidos, onde os destaques são as más notícias. A partir de uma proposta de transmissão, comentários e análises de boas notícias e iniciativas que buscam um mundo melhor, o objetivo é ressaltar que também – e principalmente – há poesia e beleza em nossas vidas, embora muitas vezes não tomemos conhecimento. Precisamos tentar educar nossos sentidos e nossa mente para este “admirável mundo novo”.

Por acreditar que este outro mundo (melhor, certamente) é possível, buscarei mostrar que muitos já estão em marcha, mãos e corações à obra, para a construção desta Casa Comum.

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.