sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

A Fábula do Beija-Flor

Conforme comentei no post anterior, disse que publicaria também “A fábula do beija-flor”. A exemplo da anterior, esta é mais uma história bem curta porém de grande profundidade.

Era uma vez um incêndio na Floresta. Todos os animais fugiam desesperados. Um beija-flor fazia um caminho diferente. Ele pegava com o bico gota por gota da água de um lago e jogava sobre o fogo. Um tatu, ao ver aquele cena, perguntou intrigado:
- Beija-flor, você acha mesmo que pode apagar um incêndio?
- Tenho certeza que não – respondeu o pequeno pássaro – mas eu faço a minha parte.


Certamente, todos nós temos um “tatu” e um “beija-flor” internamente. A diferença entre uns e outros é a qual deles damos ouvidos, qual deles priorizamos. Será que, na maioria das vezes, somos como o tatu que deixa de fazer sua parte e age em benefício próprio? Ou também somos como o beija-flor, que mesmo consciente de sua incapacidade para resolver todo o problema se dispõe a fazer o que lhe é possível em benefício da coletividade?

Que o beija-flor que habita o interior de cada um de nós possa nos inspirar a continuar lutando mesmo quando a batalha pareça perdida, a continuar esperando mesmo contra toda esperança e a continuar acreditando que, mesmo que seja de gota em gota, estamos contribuindo para apagar o incêndio. Certamente o conjunto de pequenas ações serão fundamentais para as grandes mudanças. E como cantou o grande mestre Raul Seixas: "Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez!"

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

4 comentário(s):

Anônimo disse...

Grande Bruno, muito boas reflexões.

O que talvez complique a fábula do beija-flor é que os animais podem ter interpretações diferentes sobre o incêndio. Os esquilos, por exemplo, podem fugir de medo, mas as hienas poderão pensar que o fogo é brando e logo passará sozinho. Na indecisão, o elefante pode acabar confundindo o foco do incêndio e jogar água no lugar errado, e até mesmo outro beija-flor pode concluir que antes de apagar o fogo seria preciso, sei lá, tornar todos os animais iguais perante a lei da selva, exigindo que leões nunca mais comam as hienas, etc. Nesse caso, mesmo os bem intencionados, pensando na coletividade, acabam se debatendo entre si, com vários riscos, inclusive o de não apagarem o incêndio.

É isso! Abraço!

Anônimo disse...

Graaande Brunnão!
O Blog tá show de bola: interessante e enriquecedor!

Vamos combinar, por entre goles e mais goles da cerveja gelada, discussões que justificarão o árduo caminho e não a inesperada conclusão. Vamos discutir , entre sonoras gargalhas, o sexo dos anjos, o sexo feminino e a falta do sexo! :-)
Vamos discutir a métodos contraceptivos como a pílula, a camisinha e calça jeans! :-)
O importante é reunir o clã, como feito em seu aniversário, e passar por momentos de bom bate-papo!

Uma grande abraço e Feliz Ano-Novo,

Leandro

Brunno disse...

Mário, muito obrigado por seu comentário. Nada como as observações de um cientista social para enriquecer a interpretação a partir de um viés sociológico e político. Grato pela contribuição! Abraço.

Brunno disse...

Leandro, valeu pelo comentário. Sobre a "reunião do clã", espero que em breve possamos discutir os mais variados temas e retomar aqueles bons e velhos bate-papos. Abraço.