terça-feira, 12 de dezembro de 2006

O preço da paz

O capitalismo e seus produtos certamente promoveram (e promovem) muitas maravilhas a fim de proporcionar conforto, das quais somos testemunhas – embora nem todos possam desfrutá-las. Entretanto, esse “desenvolvimento” legou-nos também seus sombrios subprodutos: violência, pobreza, insegurança e terror.

Dentro desse contexto, parece-me ser bastante emblemática uma matéria publicada recentemente pela INFO Online, onde se revela que um magnata da Internet estaria disposto a doar US$ 1 bilhão se o Estado Palestino e Israel alcançarem um acordo de paz. Explico-me.

Mesmo em um caso único e particular como este, tal notícia nos traz indícios de que nós os seres humanos começamos a mudar nossa consciência, dispondo-nos a abrir mão de dinheiro em troca de paz. Começamos a perceber que há algo mais importante que simplesmente acumular bens materiais.


Mas, infelizmente, creio que este esforço não será suficiente para que se inicie a paz no Oriente Médio e no mundo. Como afirma o preâmbulo do Ato Constitutivo da UNESCO:

“Since wars begin in the minds of men, it is in the minds of men that the defences of peace must be constructed”.

“Uma vez que a guerra inicia na mente dos homens, deve ser nas mentes dos homens que as defesas da paz devem ser construídas”. (Tradução livre)


Portanto, não podemos assumir a paz como um fenômeno externo ao ser humano, como uma mera ausência de violência. Esta visão reducionista faria com que abordássemos apenas uma parcela do problema, que seria a resolução – provisória – do conflito, tal como desarmamentos e documentos para garantir um tênue acordo de paz.

De acordo com a visão mais ampla da UNESCO, a paz deve ser construída a partir de um estado de felicidade interior (ecologia interior), harmonia social (ecologia social) e relação sustentável com o meio ambiente (ecologia planetária).

Assim, a construção da paz exige a emergência de novos valores humanos e também uma nova educação transdisciplinar e integradora, capaz de promover a necessária mudança de paradigma. O esforço será imenso, mas talvez seja o único meio de coexistirmos junto com a Grande Mãe Terra. E certamente muitas consciências humanas já estão se movendo neste sentido.

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

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