terça-feira, 11 de setembro de 2007

O milagre do dia 11 de setembro

Nesta data de hoje, 11 de setembro, muito se fala de um trágico acontecimento há 6 anos atrás: os ataques terroristas nos Estados Unidos. Nesta mesma data, há um outro fato triste da história da humanidade: em 11 de setembro de 1973 ocorreu o golpe de estado que encerrou o governo democrático de Salvador Allende no Chile. Além destes dois, muitos outros fatos ocorreram em um 11 de setembro.

Mas, no dia de hoje, gostaria de trazer uma linda história, da qual tomei conhecimento apenas recentemente, e que também ocorreu em um 11 de setembro. Na verdade, trata-se de um evento ocorrido no fatídico dia 11 de setembro de 2001, nas imediações das torres gêmeas em Nova York. Este pequeno conto foi extraído do livro “Small Miracles for the Jewish Heart” de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, e encontrei outras traduções neste site e também neste outro (além de ter recebido por e-mail de um amigo).


Em uma pequena sinagoga, não muito distante das duas Torres do World Trade Center, como de costume, um grupo de judeus ortodoxos se encontrou, cedo pela manhã, para oficiar as preces matinais. Normalmente, não é problema reunir um minian (quórum de 10 homens exigido para as orações) e a sinagoga fica lotada de fiéis. Mas, na manhã de 11 de setembro de 2001, houve uma rara escassez de participantes.

Duzentos homens que trabalhavam no World Trade Center estavam, de fato, atrasados para o trabalho naquela manhã por causa da sua participação no serviço de shloshim, em memória de judeus mortos em um acidente. Mas seja lá qual for o motivo, a congregação se viu diante de um problema: o tempo corria e havia somente nove dos dez homens necessários para iniciar a reza de Schacharit. Todos eram profissionais sérios e tinham que estar nos seus escritórios no World Trade Center bem antes das 9h.

"O que faremos", eles se perguntavam, impacientemente, olhando seus relógios e andando de um lado para o outro. "Isto não acontece há anos! Onde está todo mundo? Tenho certeza de que o décimo homem chegará daqui a pouco", ao que outro respondia: "Temos que ter paciência”.

Finalmente, quando estavam todos quase desistindo e se preparando para fazer as preces individuais, ao invés de rezar com um minian, um homem velho que ninguém tinha jamais visto entrou pela porta e, olhando para o grupo, perguntou: "Vocês já daven?" (rezaram, em ídiche).

"Não senhor", um deles gritou, entusiasmado. "Nós o estávamos esperando". "Ótimo", respondeu o velho. "Tenho que dizer o Kadish pelo meu pai e preciso conduzir, eu mesmo, o serviço religioso. Estou tão contente que vocês ainda não tenham começado". Em circunstâncias normais, os homens teriam perguntado ao senhor educadamente qual era o seu nome, de onde vinha, como chegara até o shul, entre outras perguntas. Porém, estavam tão ansiosos para começar, que decidiram passar por cima do protocolo. Prontamente deram-lhe um sidur, esperando que ele fosse o próprio "Papa-Léguas" das rezas.

O velho, no entanto, provou ser exatamente o contrário! Ele parecia ler as páginas do sidur em câmara lenta. Os fiéis o respeitaram, mas definitivamente estavam "in shpilkes" (em ídiche, impacientes) para chegar ao trabalho. "Oi!", alguém disse frustrado, colocando a mão sobre a testa. "Nós realmente estamos atrasados".

Nesse momento, ouviu-se a primeira explosão. Eles correram para fora e viram a fumaça, o caos, os gritos da multidão e algo que se parecia com o apocalipse. Após o choque e horror inicial, eles logo se conscientizaram. Perceberam que haviam sido resgatados das garras da morte. Todos eles trabalhavam nas Torres do World Trade Center, e deveriam estar lá antes das 9h. Se não fosse pelo ancião e pela lentidão de suas preces matinais, muito provavelmente estariam mortos.
Então, todos se viraram para agradecer ao misterioso homem que salvara suas vidas. Eles queriam abraçá-lo, perguntar seu nome e de onde ele teria vindo naquela fatídica manhã. Mas suas perguntas ficaram no ar, sem resposta, pois quando se viraram, o homem tinha partido. Sua identidade será para sempre um mistério.

Esta é a história de um milagre, como tantos outros que ocorrem em nosso dia a dia, e que muitas vezes não nos damos conta. Trata-se do “errado que deu certo”, ou “o mal que vem para o bem”. São as pequenas sincronicidades e as “coincidências” que, se estivermos atentos, nos deixam em estado de graça para com a vida.

Que a Paz prevaleça. E que as boas notícias ecoem pelo Universo e encontrem ressonância em todos os seres.

3 comentário(s):

Leo disse...

saudações!
Faz tempo que não comento...
Gostei do novo formato. Muito interessante essa história do post. É fato: muitas vezes as coisas acontecem sem a gente entender, mas quando nos damos conta...
O negócio é se ligar nas sincronicidades e pé na tábua!

Beijo!

Anônimo disse...

É até ler seu post não tinha me dado conta disso, nós ficamos tão ligados num só fato, que nem damos conta dos outros fatos, que acontecem ao nosso redor.
Parabéns, adorei seu Blog. Serei uma assídua leitora.
Beijos Gaby.

Brunno disse...

Olá Gaby!

Obrigado pela visita e pelo comentário. Espero que realmente torne-se uma leitora deste Blog.

Beijos, Brunno.